domingo, 29 de maio de 2011

"Mentiras sinceras me interessam..."


Distorcendo a verdade para que ela se encaixe na história que criei. Mato leões gigantes por dia. Sou criadora de tudo aquilo que acredito. Gosto de dizer verdades brincando. A verdade é um fardo sem graça demais de carregar. Quero ver você sustentar a mentira. Essa sim é complicada. Essa sim nos faz agonizar, tremer na base mesmo. Uma boa mentira dita várias vezes se torna verdade, mas será que uma verdade dita várias vezes não se torna mentira? É difícil estabelecer o limite entre duas espécies de saber. Ou se sabe errado, ou não se sabe. Talvez ignorância extrapole alguns parâmetros. Como o da verdade e da mentira. O sufoco de uma mentira enfeitada não atormenta tanto quanto uma verdade sem sal. O que não se entende é a falta de encanto na verdade. Por que está não me comove? Deve ser morbidamente trágica para me tocar e para me fazer importar. Se não, viro as costas e vou me interessar pela mentira hilária. Pode ser aquela escancarada mesmo. Não me importa. Ela me enfeitiça. Ocupa meus pensamentos num desenrolar da imaginação. Criatividade na mais pura essência. Mas a verdade vem pedir clemência. E se fazer transparecer majestosa. E acredito que taí a graça da vida. O desvendar, o despertar, o desmanchar. 

Ao som de Cazuza - Maior abandonado

domingo, 22 de maio de 2011

A bengala


Cai. E não pus a mão na frente. Me ralei toda, rasguei a calça jeans que mais gostava, me sujei inteira. E fez uma ferida, que me deu uma coceirinha. Mas a verdade é que a queda já vinha de uns tempos pra cá. Não foi nada demais. É só a ausência de um alguém pra me apoiar, que costumava estar sempre ali. Hábito meu. Confiança e esquecimento. Alguém que nem se sabe mais ao certo quem. A vaga lembrança do rosto gera desespero, porque parece que vai sumindo. Sufoco. A sensação é de que você não terminou de copiar tudo que o professor escreveu na lousa, e ele insiste em apagar mesmo com você pedindo pra que espere.  Daí vem a vontade de ouvir algo que conforte dito da forma mais confiante possível. Um otimismo inigualável daquele que nunca perdeu a esperança. A falta de um fingimento dócil. E me pego caindo outra vez. Quem diria... meio auto-suficiente. A fantasia em que se vive reflete a realidade que se sonha. Anestesia que insiste em falhar em momentos vitais. A expressão não torna externo aquilo que reprimi. E o que se elimina é raiva. Com fundamento, mas sem entendimento. Corrói aos poucos. Como que a coceirinha da queda, e quando se percebe já tomou conta. Tarde demais. Já falou por você. Se alguém dissesse que vai passar, que é apenas uma onda de hormônios descontrolados, ou então que há um motivo realmente consistente, mas que ele vai ser resolvido. Tudo bem. Alardes por todos os cantos e a ignorância, ou porque não, a prepotência fizeram com que parecesse tudo bem. E agora tudo está qualquer coisa, menos bem. Não dá para insistir em perder tempo com palavras. Não se perde o foco daquilo que não se permite. Muito menos daquilo que deixou de existir. Riram do meu tombo. Ri junto. Depois imaginei que sem você não tem tanta graça. E determinada, comprei uma bengala.

Homenagem aquele que teve um pouco mais de tempo.
Ao som de Ingrid Michaelson - Keep Breathing

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Porque se cair, não passa do chão!

E você o que faria? No meu lugar arriscaria? Engoliria o medo, o tremor nas pernas e o frio na barriga? Você é do tipo que bate e corre? Enfrenta batalhas perdidas? Ameniza dores com mentiras? Sorri mesmo que isso não te reflita? Derruba e corre acudir ou deixa do jeito que está para outro vim limpar? Gosta da sensação do momento? Prefere o perpétuo? Se importa com sentimentos alheios como se seu fossem? Assume o risco? Arca com as conseqüências? Chora na hora da briga? Pára na glória? Acredita na verdade? Sofre com o perdão daquele atingido? Pede desculpa como se fosse um cumprimento? Afasta pessoas por se achar heróico ou na verdade não passa de covardia? Grita verdades sufocadas e declama mentiras purpurinadas? Arrisca aquilo que não se pode permitir perder? Acredita que morrer é passagem? Engana as pessoas querendo que elas descubram? Me responda, quero saber.


Ao som de John Mayer - Free Falin

 

sábado, 14 de maio de 2011

Sobre saudade e cães

Saudade. Distância. Vivo a incessante vontade de ter uns poucos e bons ao meu lado. Nem morte de Osama Bin Laden, nem união estável de homossexuais, nem casamento real. Não, nada disso me faz perder o sono como a saudade. A ausência daqueles que são minha essência é de dar dó. Penso no futuro e na felicidade com eles ao meu redor, pois são parte de mim. É, acho graça. Pois sei que sem eles não haverá a mesma alegria. Gosto de saber que tenho sentimentos incondicionados por eles. Tipo de cachorro mesmo. Aliás, quer animal pra nos dar uma lição maior do que o cachorro sobre amar ao próximo. Não importa quantas vezes você o maltrate, distrate, ou até mesmo nem trate. Todo dia ele estará a sua espera com a mesma alegria e efusividade de outrora. Porque perdão exige memória curta. E amor, incondicionalidade absoluta.    

"é tão forte quanto o vento quando sopra
tronco forte que não quebra, não entorta
podes crer, podes crer,
eu tô falando de amizade"

Ao som de Cidade Negra - Podes Crer

sábado, 7 de maio de 2011

Conselhos de mãe


Deixe que invada seu coração. Planeje melhoras na sua qualidade de vida. Exercite a arte de sonhar, mesmo que muitos digam que não é possível alcançar seu sonhos. Que eles são bobos ou insanos. Demonstre com sinceridade. Arrisque com atitude e perspicácia. Entenda que se é capaz desde que haja convicção e força de vontade. Os seus passos te levam a caminhos trilhados por você mesmo. Acredite que se é dono do próprio destino por haver escolhas, e as faça de forma mais sábia que puder. E quando errar, admita e aprenda. Supere e cresça. E tudo ficará bem. Não existe dores incuráveis. A batalha que enfrentamos é do tamanho que cremos ser. Não complique o que é simples. E não simplifique o que é complicado. Saiba respeitar e ter discernimento. Peça ajuda. Tenha fé que tudo vai dar certo. Chore e sofra. Reze. Conquiste e domine. Vença. Envaideça-se de ser o que é, pois há plena ciência de ter se tornado uma pessoa digna. Aprecie sempre aquilo que o outro fez por ti ou por outrem. É da nossa natureza ser egoísta. O altruísmo é sinal de que há uma pessoa evoluída e de coração puro por perto. Saiba aproveitar tal convívio. Seja feliz e brilhe onde estiver.

Ao som de John Mayer - Daughters

domingo, 1 de maio de 2011

E assim se fez...

"Surreal - 1. Próprio do surrealismo. 2. Que se afasta da razão ou da realidade, causando estranheza; absurdo." (Fonte: Aurélio)

Há quem acredite que o nome transparece muito da personalidade que temos. Então, um tanto quanto auto-explicativo. 

Por ser Su Real, assim se fez... Bem vindos!!!


Ao som de Ben Harper - Gold to me