domingo, 29 de maio de 2011

"Mentiras sinceras me interessam..."


Distorcendo a verdade para que ela se encaixe na história que criei. Mato leões gigantes por dia. Sou criadora de tudo aquilo que acredito. Gosto de dizer verdades brincando. A verdade é um fardo sem graça demais de carregar. Quero ver você sustentar a mentira. Essa sim é complicada. Essa sim nos faz agonizar, tremer na base mesmo. Uma boa mentira dita várias vezes se torna verdade, mas será que uma verdade dita várias vezes não se torna mentira? É difícil estabelecer o limite entre duas espécies de saber. Ou se sabe errado, ou não se sabe. Talvez ignorância extrapole alguns parâmetros. Como o da verdade e da mentira. O sufoco de uma mentira enfeitada não atormenta tanto quanto uma verdade sem sal. O que não se entende é a falta de encanto na verdade. Por que está não me comove? Deve ser morbidamente trágica para me tocar e para me fazer importar. Se não, viro as costas e vou me interessar pela mentira hilária. Pode ser aquela escancarada mesmo. Não me importa. Ela me enfeitiça. Ocupa meus pensamentos num desenrolar da imaginação. Criatividade na mais pura essência. Mas a verdade vem pedir clemência. E se fazer transparecer majestosa. E acredito que taí a graça da vida. O desvendar, o despertar, o desmanchar. 

Ao som de Cazuza - Maior abandonado

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