Porque há muito não havia qualquer resquício de vontade de escrever qualquer coisa. Não que a vontade sirva de termômetro na atual situação em que me encontro, mas o que ocorre é que uma hora tem que passar. Acontece é que a sensação de perdição não se descreve. Mal se entende. No entanto, se sente. Intenso, forte, contínuo e às vezes calmo. Mais ou menos por aí. Dói com muita intensidade e logo depois há uma calmaria inventada. Superficial. E então, não se sabe mais como agir. Ninguém te ensina a lidar com emoções. Isso é aceitável. O que não dá pra entender é como pode haver tantos sentimentos pra mesma dor. Ou tanta dor para o mesmo sentimento. Não sei bem. O sufoco se mistura com a esperança, e depois vem o desespero que se cala com o otimismo repentino. Bipolaridade a parte, pode-se dizer que a inconstância é que maltrata. Antes de qualquer coisa, e apesar de tudo. Porque o limite só vê quem está distraído. Planeja-se acertar com o entusiasmo de um inocente, mas sem calcular o prejuízo de um calejado qualquer. Sabe sentir a falta e a ausência como ninguém. Saudade se torna especialidade praqueles que almejam algo além. Deseja-se o que se perdeu, reivindicando mais. Só que não se tem idéia do poder das palavras. E as lança ao vento. E as colhe espatifadas no chão, fazendo remendos incontáveis. O antiquado se mostra espetacular, de um modo bem particular.
Ao som de Maria Rita - Cara valente
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