quarta-feira, 29 de junho de 2011

Contagiante x Contagioso



Dói quase como uma picada de qualquer coisa. Algo que já aconteceu tantas vezes, que você já sabe como é e que vai passar. Mas que coça, que incomoda e que te faz perder algum tempo. A mesmice seria hilária, se não fosse tão ridícula. Desperta irritação pelo jeito que é, pelo tempo que se leva para sarar. E de repente você se pega pensando: mas como fui me deixar picar? Não é época de bichos desse tipo, eu estava protegida, já sei todas as manhas para evitar esse tipo de problema... e mesmo assim aconteceu. E você pensa que da próxima vez vai tomar mais precauções, que vai se cuidar mais. Só que não se atenta para o fato de que presume-se haver uma próxima vez. E o raciocínio se forma errado desde daí. Talvez se a precaução estivesse realmente em primeiro plano, o tempo não seria necessário para a cura. A dor não existiria. E eu adoraria a sensação de ao menos uma vez não ter sido pega. Há quem diga que eu chego lá. Talvez sejam só otimistas, mas a realidade reflete dias melhores. Interpreto assim! Afinal, tudo é muito contagiante, desde que se evite o contagioso...

Ao som de The Killers - Mr. Brightside

domingo, 19 de junho de 2011

Fazendo malas para sair de férias



E eu sai de férias. Porque sei bem como é fazer as malas. Primeiro, aquela expectativa de que tudo vai caber. A sensação de que vai ser legal. De que coisas boas irão acontecer. Você pensa que pegou tudo. Que está precavida pra qualquer imprevisto. E faz uma mala cheia de cautela, tentando prever a viagem inteira e o rumo de tudo. Pensa estar no controle. E então, luta pra mala fechar. Tira, põe, ajeita de um jeito, muda, troca, senta em cima, pede ajuda. A falta de espaço, o zíper que emperra, e mil empecilhos mais. E no final cansa. E o resultado pouco importa. Porque no fim das contas, a mala deu tanto trabalho, que por mais vitoriosa que saia de tal situação, o cansaço te suga. Não deixa que aproveite. Porque a mala pesa. E quando se percebe que há mais do que se poderia carregar, pesa. A idéia de esquecer planejamentos e malas e coisas, vem como um enlace fatal. E no final cansa. Independente do resultado, cansa. Porque quando se faz de um tudo para ser feliz, e se está determinada a sê-lo, enfiar todos os sentimentos que atrapalham “sua viagem” numa mala e tentar fechar para abandoná-la em algum lugar é o ideal. Utopia talvez é tentar fazer as malas para sair de férias. Se quer viver isso, esqueça as malas e vá sem nada.

Ao som de Nando Reis - Minha gratidão é uma pessoa

domingo, 12 de junho de 2011

A tal da L.E.R.

Em pleno dia dos namorados não há nada melhor para se falar do que L.E.R. Sim, lesão por esforço repetitivo. Porque eu e mais um porção razoável da população sofre disso. E se lembra justamente em datas como essa. A LER maltrata porque a gente escolhe deixar que ela maltrate. É tudo ridiculamente calculado. O esforço repetitivo em amar errado, em persistir, em não querer deixar ir, faz com que surja a lesão. No começo pequena. De fácil cura. Desde que abra mão. Mas como a teimosia manda, a gente se ilude e deixa a lesão aumentar. E começa a se familiarizar com ela, e aos poucos deixa ela chegar, ir se encostando. Convida pra entrar. O que chegou tímido passa a ter lugar na mesa, escova de dente no banheiro, e vestígios por toda a casa. Daí pra frente, tá tudo perdido. É L.E.R. E das brabas. Dói muito, sufoca, faz a gente pirar. É como você comer guloseimas escondidos, sabotando seu regime, sem ter de quem esconder. E mesmo assim você faz. Não sei se é auto-flagelo, pra diminuir o sentimento de culpa, ou qual é a desculpa que se enquadra. A partir do momento que você toma consciência do problema e assume pra quem quiser, parece que você vai conseguir. Mas não é assim... Não sei quando é que se supera essa dor infernal, quando pára de fazer aquele mesmo movimento que tanto machuca e judia... Mas peço para que todos fiquem de vigia... Que em qualquer recaída, cheguem junto... Pode ser na base da voadora, nocauteie se for preciso. Desde que funcione não há restrições... L.E.R, pra mim, um mal necessário.

Ao som de som de Keane - Under pressure

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Água viva


Subestime um adversário. Duvide do possível. Questione atitudes. Acredite que alguém não seria capaz de fazer algo apenas por se julgar incapaz. E verá quão enganosa pode ser uma dedução. Por mais certo que você esteja, quando a hora chega não adianta titubear. Pois sempre vem. E te acerta. Machuca e ensina. Haverá aqueles que se tornarão descrentes por um tempo. Ou outros que terão esperanças de que foi um acontecimento isolado. E terão uns que superarão. Não importa como veio até você. Relevante é apenas aquilo que se constrói com o que suas experiências lhe proporcionaram. Mexa-se. O tempo não sabe curar aquilo que não se cuida. Observe para que haja algum proveito da vivência, do cotidiano. Mas o faça sem preconceitos ou visões romantizadas. Apenas seja objetivo. Aquilo que se enfeita demais, que é perfeito demais, ou bom demais, sabe ser cruel demais. Queima como água viva.

 
Ao som de Oração - a banda mais bonita da cidade