Em pleno dia dos namorados não há nada melhor para se falar do que L.E.R. Sim, lesão por esforço repetitivo. Porque eu e mais um porção razoável da população sofre disso. E se lembra justamente em datas como essa. A LER maltrata porque a gente escolhe deixar que ela maltrate. É tudo ridiculamente calculado. O esforço repetitivo em amar errado, em persistir, em não querer deixar ir, faz com que surja a lesão. No começo pequena. De fácil cura. Desde que abra mão. Mas como a teimosia manda, a gente se ilude e deixa a lesão aumentar. E começa a se familiarizar com ela, e aos poucos deixa ela chegar, ir se encostando. Convida pra entrar. O que chegou tímido passa a ter lugar na mesa, escova de dente no banheiro, e vestígios por toda a casa. Daí pra frente, tá tudo perdido. É L.E.R. E das brabas. Dói muito, sufoca, faz a gente pirar. É como você comer guloseimas escondidos, sabotando seu regime, sem ter de quem esconder. E mesmo assim você faz. Não sei se é auto-flagelo, pra diminuir o sentimento de culpa, ou qual é a desculpa que se enquadra. A partir do momento que você toma consciência do problema e assume pra quem quiser, parece que você vai conseguir. Mas não é assim... Não sei quando é que se supera essa dor infernal, quando pára de fazer aquele mesmo movimento que tanto machuca e judia... Mas peço para que todos fiquem de vigia... Que em qualquer recaída, cheguem junto... Pode ser na base da voadora, nocauteie se for preciso. Desde que funcione não há restrições... L.E.R, pra mim, um mal necessário.
Ao som de som de Keane - Under pressure
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