E eu sai de férias. Porque sei bem como é fazer as malas. Primeiro, aquela expectativa de que tudo vai caber. A sensação de que vai ser legal. De que coisas boas irão acontecer. Você pensa que pegou tudo. Que está precavida pra qualquer imprevisto. E faz uma mala cheia de cautela, tentando prever a viagem inteira e o rumo de tudo. Pensa estar no controle. E então, luta pra mala fechar. Tira, põe, ajeita de um jeito, muda, troca, senta em cima, pede ajuda. A falta de espaço, o zíper que emperra, e mil empecilhos mais. E no final cansa. E o resultado pouco importa. Porque no fim das contas, a mala deu tanto trabalho, que por mais vitoriosa que saia de tal situação, o cansaço te suga. Não deixa que aproveite. Porque a mala pesa. E quando se percebe que há mais do que se poderia carregar, pesa. A idéia de esquecer planejamentos e malas e coisas, vem como um enlace fatal. E no final cansa. Independente do resultado, cansa. Porque quando se faz de um tudo para ser feliz, e se está determinada a sê-lo, enfiar todos os sentimentos que atrapalham “sua viagem” numa mala e tentar fechar para abandoná-la em algum lugar é o ideal. Utopia talvez é tentar fazer as malas para sair de férias. Se quer viver isso, esqueça as malas e vá sem nada.
Ao som de Nando Reis - Minha gratidão é uma pessoa
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