quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Indigne-se


Covardes deveriam ser proibidos de empunhar uma caneta nas mãos, pois não agüentam com seu peso e pendem. Quando na realidade a única verdade que se tens, é aquela ereta, neutra e clara. Por isso, acredito quando digo que não é pra qualquer um. Fiéis escudeiros são cegos quando se trata de limites, e enxergam além quando se clama por justiça. A vida testa a pretensão resistida de nada fazer. Ceder ou não é questão de opinião e audácia. Nobreza inclui abandono de lar, de gostos, de vontades, de elos, de sentimentos. Desapega-se por crer naquilo que se escolheu. Não é apenas status, com pitadas de maus tratos. Vai sempre além. E covardes, por outro lado, sempre aquém. Apenas indigne-se agora, já, a toda hora.

Ao som de Bon Jovi - It's my life

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Questão de educação


Na tentativa de proteger demais, acabei me desprotegendo. E vem o riso, e com ele uma naturalidade completamente forjada de não ter chão nem ar. Há então uma falsa sensação de controle. Passa-se a tomar atitudes que parecem idéias maravilhosas na hora, mas que não passam de precipitação como logo mais se verá. Mas nem isso trava a ânsia de fazer algo, porque a sensação de se deixar vencer é inaceitável. Faço e desfaço e faço outra vez. Mexo em tudo, tiro do lugar e arrumo pra poder desarrumar. Condicionantes não faltam. E causa-se muito em muito pouco tempo. Porque depois que a mudança acontece, não há mais nada a ser feito, além de aceitar. Se alguém mudou, não importa o motivo, é necessário compreensão. E que não haja esperança de ter aquilo que fora, pois isso ao passado pertence e lá vai ficar. Ser preterido não justifica. Então lembro que a minha educação não depende da sua. Ela é minha e por isso é independente. O erro está em sempre ter que vingar. Sair por cima. Não se ensina a perdoar. Não se mostra que é sinal de fraqueza agir erroneamente. E mais fraco é aquele que não entendendo, enfrenta e revida. Por isso existem guerras sem fim. A solução é a paz. Isso ninguém duvida. Mas o que se faz por ela daí já não se descreve. Porque pouco se faz. Desvaloriza o próximo sem saber que mais pra frente a vida cobra. Exige explicação. Por isso, acredite naquilo que escolheu ser, e faça isso sem vergonha ou pudor. Não tenha medo de se mostrar menos que ninguém só porque soube ser nobre ao ponto de perdoar. Lembre sem mágoa. Aceite. A vida se encarrega do bate e volta. Não é preocupação sua. À você só o riso pertence. Esbanje por aí.

Ao som de Ana Carolina e Seu Jorge - É isso aí



domingo, 21 de agosto de 2011

Super Ação


E a palavra é Superação. Porque realmente, só com uma Super Ação que se move montanhas, que se renova, que evolui e que cresce. Que se olha para o passado e ri, e sente saudade, sem deixar que ela te consuma. Pois se tem algo que eu gostaria de ter pra mim e poder passar para os outros é a arte da superação. Lembrar, não medir o que será pelo que já foi, acreditar e esperar. Deslumbrar-se com as infinitas possibilidades do que está por vir. Aceitar fatos e atos como aconteceram. Sem aumentar ou mensurar. Superação exige destreza impar. Porque só se supera algo, quando não há mais necessidade de se falar a respeito.

Ao som de Seu Jorge - Pessoal Particular 




sábado, 20 de agosto de 2011

Se...


E se pra você está tudo bem, eu acredito. Se você está feliz, me alegro. Se conquista vitórias, vibro contigo. Se precisa de apoio, sou fortaleza. Se não sabe se cuidar, eu te ensino. Se não consegue respirar, te alivio. Se esconde, eu mostro. Se fizer errado, eu conserto. E no meio de todos esses ‘se’s só não sei dizer o que completa a indiferença. A falta de atitude quando se troca de figura. Quando se passa muito tempo fugindo não se percebe os outros mudando. Prender-se a momentos como se eles dissessem algo além de pequenas mentiras sobre nós, é como fazer greve de fome. Insistir em acreditar que existia muito. Mas não se tem nada diante da mediocridade dos outros. Há constatações irremediavelmente feitas: confiança não acontece sem esperança, ilusão se constrói sozinha e paciência se aplica em toda e qualquer situação. Cuidado com o que deseja. Pode ser a vida de outro sendo ocupada por você. Ou simplesmente não ter mais espaço pra encaixes e reservas. 

Ao som de Los Hermanos - o Vencedor


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Tantos quês


Posso ter seu silêncio por favor? Que Deus te conserve assim; que assim você permaneça;  que disso você se alimente e se ocupe; que com isso você se mantenha distante; que possa se afastar sem sentir; e que sentir só se for saudade; que sufoque mesmo que eu no fundo não deseje isso pra você; e que a chance já perdida possa te levar a valorizar novas oportunidade; e que alguma hora haja reconhecimento, mesmo que admitir isso esteja fora de cogitação; que prove um pouco de ti mesmo; que saiba reconhecer seu gosto, seu pudor e seu talento; que não funcione como alguém que embruteceu, pois há um limite de tolerância em todo o ser humano; que a paciência e a maturidade invadam sua vida; que um dia reconheça que foi bom, mas que foi desigual; que você encontre no silêncio tantos quês quanto aqueles que te desejo.

Ao som de  Ana Carolina - Mais que a mim

domingo, 14 de agosto de 2011

...

Hoje acordei já me esforçando para fingir que seria um dia como outro qualquer. Meu inconsciente me fez buscar a fuga no sono, porque mesmo eu tendo colocado o despertador pra tocar zilhões de vezes, não consegui levantar antes das dez. e depois pulei o café da manhã, fui no mercado em pleno domingo e comprei muita coisa saudável. Tenho o cardápio da semana planejado, já que tive muito tempo pra pensar em tudo. Almoço na casa de uma amiga pra fingir que hoje é um dia como outro qualquer. Mesmo que no mercado, nas ruas, no telefone, na internet, tudo te lembre que não é. E logo penso, uma caixa de bis pra hoje não será suficiente. Então tento gritar um pouco daquilo que me é de direito hoje. Mas grito tímida, quase que para aqueles poucos que realmente sabem do que falo, perceber que não esqueci, ou não acharem que não me afeta. Quero mudar isso. Coloco música da boa e vou pro banho. Limpo-me com a intenção de mandar tudo que não me convém ralo abaixo. Eu, por enquanto, permaneço. Talvez pouco firme e forte, mas estática. E o truque é não reparar nas horas, para que elas possam passar rapidamente. Afinal, a semana foi inteira difícil. O choro pouco veio, e quando pintou veio controlado. A dor permanece ali, e parece que aprendeu o seu lugar direitinho. Respeita limites e fraquezas. Com meu respaldo, começamos a nos entender melhor. Mesmo porque ela não tomou o lugar de ninguém. Cada um tem seu espaço e ela só faz preencher os vazios deixados para trás por outrem. Falo de ti, porque a sua ausência faz barulho em mim. Fragilizo-me com qualquer idéia que possa me remeter a tudo que de bom você me proporcionou. E como foi bom, e como contraditoriamente se faz latente em mim. Sei que um simples agradecimento por tudo não toma a proporção que deveria, e que você realmente merece. Sei que suas vontades devem ser respeitadas e perpetuadas por nós. Sei também que muito daquilo que sou e que faço te traria um orgulho imenso. E é por isso que sei que estou no caminho certo. Obrigado por toda parte sua que deixou em mim. É a certeza de que tenho qualidades imensuráveis e que você se faz eterno aqui. Obrigada, te amo. Com carinho, sua perua.



Sem música e links hoje!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sorte de formiga


Hoje acordei me descobrindo formiga. Sabe quando você é criança e sua professora pergunta que bicho você gostaria de ser? Então, se pudesse escolher, seria uma formiga. Porque sou formiga na essência e levei cerca de vinte e poucos anos pra descobrir a resposta dessa pergunta. Tenho muito de formiga. Por exemplo, sou toda amores com o açúcar. Preciso de glicose no sangue e faço qualquer sacrifício por ele. É um amor unilateral, incondicional e imensurável. Corro risco de vida por isso e não nego. Há também a minha capacidade de carregar um peso considerável sobre as minhas pernas. As formigas levam tudo que encontram pela frente para seu ninho, mesmo que pese mais que o dobro do seu peso. Não importa se vai fazer mal, se minhas costas vão travar, eu arrasto até minha casa. Ah e adoro uma fila. Sou organizada. Prefiro esperar do que furá-la. Sou paciente em meio a multidão. Acho que é a genética que fala mais alto aqui. Sei me espalhar em qualquer ambiente se achar que convém. Mesmo que for pra que alguém tenha uma overdose de mim. Gosto do trabalho em equipe. E tenho espírito operário. Não tenho preguiça em executar qualquer tipo de atividade desde que seja em prol do coletivo. Tanto que escolhi Direito pra vida. Trabalho como ela, e confesso que gosto e preciso disso. Acredito que quando fizer o que pretendo, vou ser do tipo viciada em trabalho e precisarei de brecadas. Mas até lá construirei um império. Protejo a rainha e me divido em mil para fazer com que tudo corra bem. Cada um na sua função. Acredito na verdade, que a diferença está apenas na cor e no tamanho do bumbum. Tá, meu sonho é ser uma bela tanajura. Também sei ser ágil para não ter um fim besta, tipo esmagada por uma criança sapeca, ou simplesmente afogada por um pingo d’agua. Mas isso não quer dizer que me mantenho a salvo de perrengues. Porque formiga que se preze sempre sofre. Pode ser devido a colega ter feito um caminho que a levou a perdição, ou então acabar voltando pro ninho sem um membro, e assim segue infinitas possibilidades formiguísticas... E a minha parte favorita: não desisto. Daí porque as formigas são consideradas pragas. Elas dominam, envolvem e são verdadeiras guerreiras. Tem sempre aquelas que se sacrificam pelo time, mas no final das contas só dá elas. E considero muito a possibilidade da formiga atômica ter sido inspirada nesse ponto em questão. É... vida de formiga é assim mesmo. E eu tenho a minha. Mas não se pode ser uma formiga por completa sendo tão humana. Azar o meu. Sorte delas. 


Ao som de Kid Abelha - Tive um sonho


 

domingo, 7 de agosto de 2011

Não há nada mais a ser feito...


E faço pra me convencer de que não preciso, de que não quero ou de que não gosto. A gente tenta enganar os outros nos enganando. Distorce a realidade para se adaptar a uma vida sem sofrimento e sem risco. E funciona, por pouco tempo. Porque na verdade, o que é feito não reflete a verdadeira vontade. As pessoas deixam que o racional controle quando o emocional grita para ter voz. O orgulho se sobrepõe a qualquer tipo de sentimento e o esmaga. Faz isso com a desculpa dos fracos: proteção. Daí começa a história sobre aquela carta que não mandei, a mensagem que apaguei. Os pensamentos que não verbalizei. Tudo se torna patético quando se tem a certeza de que não se conta mais contigo. E que não tem comigo. Quero acreditar que assim vai ser melhor. Que não errei no que escolhi. E que não te dei oportunidade de voltar atrás. A ansiedade que tenho murcha cada dia mais. Espero que suma. Preciso acreditar nisso. O choro desesperado acontece esporadicamente. O aperto de não saber mais de você consome menos meu tempo. A sua falta é sentida e sua presença é utópica. E assim parece que não vai mais dar pé. Que não tem mais jeito. Penso e fico bem. Porque sei que nada vai mudar. E chega.

Ao som de Zeca Baleiro - Proibida pra mim

sábado, 6 de agosto de 2011

Vem sem pressa. Mas vem

E a pergunta é: pra onde foi o amor? Escondeu-se onde? Ou será que acabou? Porque pra sumir assim, não haveria outra explicação. O palpitar já não é o mesmo, o medo, a insegurança e o ciúme também não. Acreditar que o que for pra ser imperará, é de certa forma pagar pra ver. Apostar no amor é quase sinônimo de apostar na dor. O que mais dói não é saber da perda, mas é perder sem saber. E de repente perceber que há culpa nisso. Que independente do futuro, ainda existe mágoa. Que não murcha, não muda e não supera. A vida se divide em fragmentos de experiências ou lembranças, que marcam, ensinam e envelhecem. Tudo ao mesmo tempo. Como se não houvesse confusão demais. E então dói. Cada vez mais pequeno, menos, mais devagar. Dói pouco, limitado, apenas do lado de cá. Incomoda um pouco, fazendo lembrar aquilo que já doeu outrora. É uma dor íntima, familiar, diminuída. Machuca, mas sara. Dor é uma reação física aquilo que de alguma forma incomoda. Então, nada mais justo para se sentir. Condizente com a situação. Espero apenas que melhore. Pode acontecer de uma hora pra outra, pode demorar e se estender ou pode sumir como uma amnésia instantânea. A falta de clareza na explicação reflete um pouco de confusão mental. Até não se sentir nada há muito pela frente. A esperança está na chegada, porque a indiferença a de vir. Vem. Mesmo que num tempo próprio. Vem sem pressa. Mas vem. 

Ao som de Amy Winehouse - Valerie