sábado, 6 de agosto de 2011

Vem sem pressa. Mas vem

E a pergunta é: pra onde foi o amor? Escondeu-se onde? Ou será que acabou? Porque pra sumir assim, não haveria outra explicação. O palpitar já não é o mesmo, o medo, a insegurança e o ciúme também não. Acreditar que o que for pra ser imperará, é de certa forma pagar pra ver. Apostar no amor é quase sinônimo de apostar na dor. O que mais dói não é saber da perda, mas é perder sem saber. E de repente perceber que há culpa nisso. Que independente do futuro, ainda existe mágoa. Que não murcha, não muda e não supera. A vida se divide em fragmentos de experiências ou lembranças, que marcam, ensinam e envelhecem. Tudo ao mesmo tempo. Como se não houvesse confusão demais. E então dói. Cada vez mais pequeno, menos, mais devagar. Dói pouco, limitado, apenas do lado de cá. Incomoda um pouco, fazendo lembrar aquilo que já doeu outrora. É uma dor íntima, familiar, diminuída. Machuca, mas sara. Dor é uma reação física aquilo que de alguma forma incomoda. Então, nada mais justo para se sentir. Condizente com a situação. Espero apenas que melhore. Pode acontecer de uma hora pra outra, pode demorar e se estender ou pode sumir como uma amnésia instantânea. A falta de clareza na explicação reflete um pouco de confusão mental. Até não se sentir nada há muito pela frente. A esperança está na chegada, porque a indiferença a de vir. Vem. Mesmo que num tempo próprio. Vem sem pressa. Mas vem. 

Ao som de Amy Winehouse - Valerie



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