segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Anjo da Guarda


Já se passaram quatro anos e eu continuo na mesma. Peço para acalmar meu coração. Imploro perdão e piedade. Almejo um pouco de integridade para conseguir continuar. Me humilho. Sou conveniente e desesperada. Reconheço. Admito a fragilidade. Não me envergonho, mas também não me exponho. Sou ouvida, porque nunca caí no seu esquecimento. Sei que posso contar contigo. Mesmo que para um desabafo, um pedido de ajuda qualquer. Não exijo que você me atenda. Apenas espero e desejo. Gosto de sentir que de alguma forma ainda conto contigo. Sei onde te procurar, e te encontro. Acredito na minha herança e dela jamais abdicaria. É o que me mantém firme em tempos de guerra. Difícil é a lição quando não se tem seu conselho, nem seu amparo. Mas não me entrego. Padeço em frente às adversidades, só não me rendo. Sofro, choro. A dúvida não paira em mim. Nisso posso confiar no meu coração. E talvez, essa seja a certeza que me guia. Ela que não me falta. Que me faz sentir perto, capaz e reconfortada. Gosto de ser entendida por aquele que entenderia, mesmo com meu mau jeito na hora de expressar. Quis tanto ser do jeito que me via, que consigo refletir exatamente desse jeito. Só não é mais meu espelho. O fora a algum tempo atrás. Hoje sou assim, metade sua, metade estranha, misturada numa coisa só, tentando fingir ser aquilo que se foi, e ao mesmo tempo aceitar aquilo que se é. Mesmo que não se tenha idéia do que se tornou. Não pode ser tão ruim assim. Não poderia, porque confio em você. Só te peço paciência. Pra mim, porque de você, não exijo nada além de tudo que você me dá. Aceito e agradeço. Sempre e pra sempre. 

Sem música ou links por hoje, porque a ocasião pede certo formalismo!

sábado, 19 de novembro de 2011

A dama e o tigre


Tenho uma história, que não lembro como conheci, mas que é bem a situação. Já que veio até mim a lembrança, acho importante compartilhar. Nosso cérebro não guarda o inútil nem nos lembra daquilo que não se aproveita para nada. Vamos a reflexão. Havia uma princesa que se apaixonou por um soldado da corte. Seu pai, o rei, descobriu e trancou o pobre homem numa sala com duas portas. Atrás de uma delas havia um tigre que iria estraçalhá-lo assim que a porta se abrisse. E na outra uma dama, com a qual ele viveria para o resto da vida. A escolha cabia a princesa. Termina assim. Por um momento pensei que o tigre nunca seria uma boa escolha. Que seria egoísmo desejar a morte por não agüentar ver o amor que achava seu em outrem. E percebi, que se eu fosse a princesa escolheria a dama sem titubear. Porque suportaria viver sem quem eu amo. Não agüentaria o peso da ausência e solidão que por outro lado o tigre me traria. Comecei a analisar o meu raciocínio. Num primeiro momento tive certeza que a grande maioria escolheria o tigre. E que eu deveria ter esse mesmo instinto. Mas não tive. Daí já tentei entender o por quê. E essa peculiaridade em mim, me traz sofrimento e paz. Sofro por ter desapego suficiente pra proporcionar alegria aos outros, mesmo que isso não me faça bem. E paz por saber que apesar de tudo, estou fazendo o que é certo. O que deveria ser feito. Penso então que um dia irei ter um outro soldado, que talvez possa ficar e me fazer bem. E poderei convidar a dama e o primeiro soldado para darmos boas risadas de tudo isso e de como o destino brincou de dar certo com nós. 
Ao som de U2 - Sunday blood sunday

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Divagações de uma mente conturbada


Por Marjorye Smerecki

“Ainda não consigo ter o desapego de desejar e ficar feliz com a felicidade de alguns. Dói, machuca, tem coisas que não cicatrizam e tem pessoas que vão continuar sempre ocupando um espaço. Ajudaria se eu soubesse o que realmente você pensa, aquele pensamento antes de dormir, aquele quando damos uma repassada rápida no dia e nos preparamos para o dia seguinte... Eu já estive no seu dia seguinte e hoje o que eu mais queria era estar no de outro alguém, chega a ser engraçado... Talvez ele nem chegue a me descobrir como você, mas o importante é acreditar que as coisas mudam; e a gente muda! Muda tanto que hoje você não faz parte de mim; porque sim, durante algum tempo eu existi no plural.... É difícil fechar uma porta pra abrir outra, o medo nos faz cometer erros que talvez já definem um final sem o próprio início.... Não quero me tornar uma covarde mas ainda não sei se posso receber outra bofetada no coração....  E eu repito: dói, machuca... mas passa! Já tomaram meu coração; ou melhor, invadiram! Eu que ainda luto com o mais desesperado dos objetivos: não aceitar a minha triste condição dessa confusão das portas. É difícil rotular as coisas, estou apaixonada, estou isso ou aquilo.... Tenho problema com definições, tenho problema em aceitar que não controlo o incontrolável... Durante muito tempo achava que um “Eu te amo”, alianças entre outras coisas demonstravam realmente algum sentimento... Era fase, pobre de mim ainda não tinha sido surpreendida por você.... Surpreendente... É a maneira como eu gosto de definir o meu quase maior primeiro amor... Já o amor que aprendi a ter, aquele que me ensinaram... Eu deixei que o tempo e as imaturidades da idade o transformassem nisso que agora me machuca, talvez o que mais me machuca é não ter mais só pra mim aquele teu jeito bobo de me cuidar... Mas isso eu sei que não vai ser de mais ninguém... Porque eu não sou com o meu outro você o que era contigo... E quando falo meu outro você não pense que você é um outro... um substituto... hammm bom se fosse, você revirou a minha vida, e se estabeleceu sem eu ver como o “você” ou o “ele” que uso quando tô choramingando para as amigas as cagadas que provavelmente você ainda faz comigo e as que eu já cometi contigo... porque eu me decidi... eu quero você, eu quero correr o risco.... é engraçado porque por mais que eu pense ou tente ajeitar as coisas... não vai dar certo.... e as vezes a gente tem que ser realista; não vai dar mesmo! Mas eu decidi que esse ano é seu... que a maioria das coisas boas e ruins que eu vivi de algum modo está ligada a você... mesmo que seja só por uma lembrança... enfim, eu precisava me decidir, e nada melhor que uma insônia... porque rir de tudo é desespero? Não, não pra você, não com você! Mesmo sabendo que tudo não passa de uma jogadinha pra esconder todo esse mistério que é você, e convenhamos você é bem desvendável quando se olha por perto... e você não sabe o quanto é bom poder te conhecer... sinto falta hoje do seu cheiro, da sua perna me abraçando pra dormir, do seu pé que não para de coçar e me tirar o sossego... e isso meu amigo, isso a gente não escolhe. Eu lutei bastante pra que esse não fosse um dos meus pensamentos antes de dormir, mas de novo: isso a gente não escolhe. Minha mente é assim, uma mistura nebulosa entre o passado, presente e futuro... tenho crises, penso demais e sou diferente de tudo que você já viu... por mais que você já tenha visto muita coisa.... e acredite eu sei que você se importa comigo... talvez não do mesmo jeito que eu... aliás, se um dia a gente conseguisse ficar em sintonia com os sentimentos talvez eu tirasse logo essa minha dúvida a teu respeito. Sinto sua falta, droga mais um pensamento desconexo... Viu, é assim.... já me peguei com aquele sorriso besta por sua causa... e também já alterei completamente meu humor por sua culpa... não sou tão inconstante como você pensa... é que por causa dessas imbecilidades de sociedade e joginhos (olha lá... comecei a filosofar já) seguindo.... essas convenções ridículas da vida não se pode dizer o que se sente... eu não posso dizer que estou ... o que imagino se chame perdidamente apaixonada.... e agora me faz sentido o termo perdidamente... ninguém em sã consciência quando apaixonado está seguro... faz parte do pacote estar perdido e agir como idiota... é por isso que eu queria tanto te falar, só falar. Me dá um tempo... eu demoro, mas vale a pena....me descobre que o resto.... ahhhh o resto é só o resto? Não, o resto nem sempre é só a sobra... ás vezes é aquilo que a gente sempre buscou...Tá tá tá  já dá pra parar de viajar né... enfim é mais ou menos por ae.... Por fim, me irrita pensar tanto assim em você, é serio mas mesmo assim eu sigo rindo.”

Ao som de: Adele- Someone Like you

PARABÉNS MEU AMOR PELO SEU DIA! =]

domingo, 13 de novembro de 2011

Ausência clássica de sintomas


Aperto no peito. Bola de pêlo na garganta. Mas não há borboletas no estômago nem perna bamba. Sem crise, já se sabe que não tem futuro. Tropeço em certezas. Que aquilo que era pra ser, nunca será do jeito que achei por muito tempo que seria. E que não há mais espaço em mim para dúvidas. Nem achismos. Sua inconstância reflete o que há muito já deveria ter entendido. Aprendo devagar e com muito esmero. Por isso, valorizo. O que me machucou outrora, não acusa aquilo que sou. Saudade já não é motivo para insistência. Afinal, um amor só é pra sempre, quando ele nunca aconteceu de verdade. Amor não dói. O que dói é amor não correspondido. Aquele desigual. Que não toca no mesmo ritmo. Esse que todo mundo faz questão de gritar e enlouquecer. Até parece questão de princípios e coragem. Cobra-se então, atitude. Quando você fala “meu namorado” em voz alta pra alguém mais ouvir e não te dá uma sensação estranha e soa legal, quer dizer que isso é de verdade. E o resto fica pequeno. Só que quando é o inverso os sentimentos diminuem. Inicia-se a fase avessa a emoções. Até perde-se a sensibilidade. Apesar de não deixar de sermos pessoas interessantes. Falta compromisso. Não se percebe outrem, pois não se olha pro lado. E sempre fica a sensação de ter alguma coisa por ser dita, alguma coisa por ser vivida. E que você simplesmente deixou escapar. Isso sim acaba com os seus sentidos. Até com apertos e bolas de pêlo.
Ao som de Seu Jorge - Quem não quer sou eu