Aperto no peito. Bola de pêlo na garganta. Mas não há borboletas no estômago nem perna bamba. Sem crise, já se sabe que não tem futuro. Tropeço em certezas. Que aquilo que era pra ser, nunca será do jeito que achei por muito tempo que seria. E que não há mais espaço em mim para dúvidas. Nem achismos. Sua inconstância reflete o que há muito já deveria ter entendido. Aprendo devagar e com muito esmero. Por isso, valorizo. O que me machucou outrora, não acusa aquilo que sou. Saudade já não é motivo para insistência. Afinal, um amor só é pra sempre, quando ele nunca aconteceu de verdade. Amor não dói. O que dói é amor não correspondido. Aquele desigual. Que não toca no mesmo ritmo. Esse que todo mundo faz questão de gritar e enlouquecer. Até parece questão de princípios e coragem. Cobra-se então, atitude. Quando você fala “meu namorado” em voz alta pra alguém mais ouvir e não te dá uma sensação estranha e soa legal, quer dizer que isso é de verdade. E o resto fica pequeno. Só que quando é o inverso os sentimentos diminuem. Inicia-se a fase avessa a emoções. Até perde-se a sensibilidade. Apesar de não deixar de sermos pessoas interessantes. Falta compromisso. Não se percebe outrem, pois não se olha pro lado. E sempre fica a sensação de ter alguma coisa por ser dita, alguma coisa por ser vivida. E que você simplesmente deixou escapar. Isso sim acaba com os seus sentidos. Até com apertos e bolas de pêlo.
Ao som de Seu Jorge - Quem não quer sou eu
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