Tenho uma história, que não lembro como conheci, mas que é bem a situação. Já que veio até mim a lembrança, acho importante compartilhar. Nosso cérebro não guarda o inútil nem nos lembra daquilo que não se aproveita para nada. Vamos a reflexão. Havia uma princesa que se apaixonou por um soldado da corte. Seu pai, o rei, descobriu e trancou o pobre homem numa sala com duas portas. Atrás de uma delas havia um tigre que iria estraçalhá-lo assim que a porta se abrisse. E na outra uma dama, com a qual ele viveria para o resto da vida. A escolha cabia a princesa. Termina assim. Por um momento pensei que o tigre nunca seria uma boa escolha. Que seria egoísmo desejar a morte por não agüentar ver o amor que achava seu em outrem. E percebi, que se eu fosse a princesa escolheria a dama sem titubear. Porque suportaria viver sem quem eu amo. Não agüentaria o peso da ausência e solidão que por outro lado o tigre me traria. Comecei a analisar o meu raciocínio. Num primeiro momento tive certeza que a grande maioria escolheria o tigre. E que eu deveria ter esse mesmo instinto. Mas não tive. Daí já tentei entender o por quê. E essa peculiaridade em mim, me traz sofrimento e paz. Sofro por ter desapego suficiente pra proporcionar alegria aos outros, mesmo que isso não me faça bem. E paz por saber que apesar de tudo, estou fazendo o que é certo. O que deveria ser feito. Penso então que um dia irei ter um outro soldado, que talvez possa ficar e me fazer bem. E poderei convidar a dama e o primeiro soldado para darmos boas risadas de tudo isso e de como o destino brincou de dar certo com nós.
Ao som de U2 - Sunday blood sunday
Nenhum comentário:
Postar um comentário